terça-feira, 3 de junho de 2014

Do Tráfico para o Altar

Cresci vendo o meu pai chegar embriagado e brigar com todos em casa, por conta disso, eu gostava mais de estar na rua do que em casa, pois toda aquela situação me deixava com muita raiva. As confusões eram uma rotina na família desde que eu era pequeno.
Mesmo tendo conhecimento dos efeitos devastadores do consumo do álcool, aos 12 anos experimentei a bebida pela primeira vez. Fui crescendo com uma revolta dentro de mim. Sentia-me feliz na rua e ficava imaginando como seria ao chegar em casa, pois sabia que iria presenciar discussões e brigas. Mesmo vendo o transtorno que a bebida trazia a minha casa, resolvi beber também.
O desejo de viver experiências mais fortes, fez com que eu migrasse da bebida para as drogas. Comecei usando maconha, mas quando a maconha não me proporcionou mais o efeito esperado, passei a utilizar a cocaína. A partir daí, passei a me aprofundar no mundo do crime.
A criança que antes assistia às confusões dos pais passou a ser a razão das desavenças em casa. E o ódio só aumentava. Cheguei a ter vontade de matar meu próprio pai! Apontei a arma para ele, mas não conseguiu apertar o gatilho.
Minha ascensão no submundo foi muito rápida, ainda adolescente comandei um ponto de venda de drogas no bairro onde morava. Possuía diversas armas e o armário de roupas era o esconderijo do arsenal. Isso me fazia sentir poderoso! Mas quando deitava pra dormir, os complexos vinham à tona. Vivia o dilema de ser respeitado pelo poder que tinha e a frustração por não ser aceito como eu gostaria.
Sofri uma tentativa de assassinato por parte de um traficante rival, mas a arma não disparou e consegui escapar ileso. Em outro momento, cinco homens se aproximaram para por fim a minha vida e de um colega. Os marginais não nos enxergaram, mesmo estando um de frente para o outro. Ali eu vi a mão de Deus me protegendo! Minha mãe já buscava por mim na igreja, mas nem assim eu me rendi.
Minha vida sentimental também era bastante conturbada, não conseguia dar certo com ninguém e sofria muito com isso.
Os anos se passaram e nada mudava na vida minha vida. Vi muitos colegas morrerem, mas mesmo assim, não mudava minha conduta.
Até que um dia resolvi ir à Universal. Cheguei drogado, sem perspectivas. Para mim, eu não tinha mais jeito. Sem profissão, me vi amargurado e desacreditado. Não via saída para a minha própria vida.
Mas na Universal recebi um tratamento diferente. As pessoas me atendiam bem, me respeitavam, eles demonstravam acreditar no meu potencial.
A partir daí comecei a dar meus primeiros passos em direção a Deus. De repente, me vi com nojo das drogas e buscando ardentemente o encontro com Deus. E quando tive esse encontro, passei a viver nova vida. Me libertei definitivamente das drogas e do crime, fui livre de complexos, mágoas e me tornei um novo homem. Hoje tenho uma vida transformada, sou casado e pastor da Universal, e ajudo pessoas que estão como um dia eu estive, a fim de que se libertem e tenham a oportunidade de uma nova vida.
Rafael Moura

Fonte: Blog do bispo Macedo

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